Desigualdades globais aumentam e mundo terá primeiro trilionário em 10 anos, alerta Oxfam

O mundo terá seu primeiro trilionário em 10 anos, enquanto a pobreza não será erradicada nos próximos 230 anos. 

FINANÇAS PESSOAIS

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a pile of twenty dollar bills sitting on top of each other
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Um relatório divulgado pela ONG Oxfam na segunda-feira (15) revela que as desigualdades econômicas e sociais no mundo se agravaram durante a pandemia de Covid-19, e que o planeta terá seu primeiro trilionário em 10 anos, enquanto a pobreza não será erradicada nos próximos 230 anos.

O relatório, intitulado "Lucrando com a dor", mostra como os bilionários do mundo aumentaram suas fortunas em 2020, enquanto milhões de pessoas enfrentaram a pobreza, a fome e a falta de acesso à saúde e à educação. Segundo o relatório, os 10% mais ricos da população mundial detêm 76% da riqueza e 52% da renda, enquanto metade da população mundial fica com apenas 2% da riqueza e 8,5% da renda¹.

O relatório também denuncia como as grandes empresas dos setores de energia, alimentos, tecnologia e medicamentos lucraram às custas dos trabalhadores e do meio ambiente, e pede uma reforma tributária global para garantir uma distribuição mais justa da riqueza e do poder.

De acordo com o relatório da Oxfam:

  • A riqueza dos cinco homens mais ricos do mundo aumentou 114% desde 2020. O mundo poderá ter seu primeiro trilionário nos próximos 10 anos, enquanto o fim da pobreza poderá levar mais de dois séculos.

  • As 1.000 pessoas mais ricas do mundo recuperaram suas perdas causadas pela pandemia em apenas nove meses, enquanto os mais pobres podem levar mais de uma década para se recuperar.

  • A pandemia pode aumentar o número de pessoas vivendo na extrema pobreza em até 500 milhões, o equivalente a 6% da população global.

  • Apenas 10 empresas farmacêuticas controlam 80% do mercado global de vacinas, e estão cobrando preços que impedem o acesso universal à imunização.

  • As emissões de carbono dos 1% mais ricos do mundo são mais do que o dobro das emissões da metade mais pobre da humanidade. A crise climática afeta desproporcionalmente os mais pobres e vulneráveis, que são os que menos contribuem para ela.

A Oxfam propõe uma série de medidas para combater as desigualdades e construir um mundo mais justo e sustentável, entre elas:

  • Estabelecer um imposto de emergência sobre os lucros excessivos das empresas e os patrimônios dos super-ricos, que poderia arrecadar bilhões de dólares para financiar a recuperação social e ambiental.

  • Garantir que as vacinas contra a Covid-19 sejam consideradas um bem público global, e que sejam produzidas e distribuídas de forma equitativa e acessível para todos.

  • Investir em serviços públicos universais e de qualidade, como saúde, educação, água e saneamento, que são essenciais para proteger os direitos humanos e reduzir as desigualdades.

  • Proteger os direitos e a renda dos trabalhadores, especialmente os mais precarizados e explorados, e promover a igualdade de gênero e racial no mercado de trabalho.

  • Adotar políticas de transição energética justa e de baixo carbono, que respeitem os limites ecológicos do planeta e garantam uma vida digna para todos.

O relatório da Oxfam foi divulgado às vésperas do Fórum Econômico Mundial, que reúne anualmente líderes políticos e empresariais em Davos, na Suíça. Neste ano, o evento será realizado de forma virtual, de 25 a 29 de janeiro, sob o tema "Um ano crucial para reconstruir a confiança".

A Oxfam espera que o relatório sirva como um alerta e um convite à ação para os participantes do fórum, e para a sociedade em geral, para que se comprometam com a redução radical e rápida das desigualdades globais.

Equipe MyFinCash

15/01/2024